Apesar de ser um dos setores com maior influência no Produto Interno Bruto (PIB) nacional, o setor de serviços recuou 4,9% e teve sua pior participação para o mês de setembro desde 2012. O setor de serviços é o de maior participação no produto e no emprego no Brasil. Este setor envolve diferentes ramos na contabilidade nacional: transportes, comunicações, comércio, instituições financeiras, administrações públicas etc. Ele responde por mais de 50% do PIB brasileiro.

"Também não era para menos, com uma recessão brutal e mais de 12 milhões de pessoas desempregadas as famílias estão economizando cada vez mais. Foi-se a época em que as pessoas tinham dinheiro sobrando para gastar com restaurantes, cabeleireiros, cinemas, teatros, viagens, etc. Agora chegou o momento de apertar o cinto e cortar despesas", diz Canindé Pegado, presidente do SINCAB.

O setor de serviços encolheu 0,3% na passagem de agosto para setembro, informou o IBGE nesta quarta-feira. Já na comparação com o mesmo mês de 2015, a queda foi bem mais intensa, de 4,9% — a maior para o mês desde 2012, início da série histórica, e a 18ª seguida neste tipo de comparação. Pesquisa da Reuters apontava que economistas esperavam contração anual de 4,1%. No ano, o setor acumula retração de 4,7%, enquanto nos últimos 12 meses o tombo é de 5%.

O volume do setor de serviços no Brasil recuou em setembro pelo segundo mês seguido, ainda que com menor força, mostrando que a fraqueza do setor seguia num ambiente que pode ajudar a reduzir a pressão inflacionária e favorecer novo corte de juros. O setor registrou queda de 0,3% no volume de vendas em setembro sobre o mês anterior, após baixa de 1,4% em agosto e alta de 0,6% em julho.

Já a receita nominal encolheu 0,7% frente a agosto. Em comparação com setembro do ano passado, a queda foi de 0,2%. No ano , o resultado é positivo em 0,4%, enquanto no acumulado em 12 meses a receita nominal variou 0,2%.

O destaque em setembro, segundo o IBGE, foi a atividade de outros serviços, que apresentou perdas de 2,5% na comparação com o mês anterior. Já o volume de serviços prestados às famílias recuou 0,9% e o de serviços de informação e comunicação caiu 0,6%.

Na outra ponta, os serviços profissionais, administrativos e complementares apresentaram alta de 0,7% e transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio subiram 0,3%.

O IBGE informou ainda que o agregado especial das atividades turísticas teve avanço de 1,5% na comparação com agosto.

A inflação vem mostrando maior descompressão no segundo semestre, com o IPCA acumulando alta de 7,87% em 12 meses até outubro. O preço de serviços, no entanto, mostrou mais força no mês passado e é uma variável tida pelo Banco Central como uma das principais para a intensidade do ciclo de afrouxamento monetário iniciado no mês passado, quando reduziu a Selic em 0,25 ponto percentual, a 14% ao ano.

O setor de serviços é um dos mais importantes na composição do Produto Interno Bruto (PIB), respondendo por cerca de 60% do chamado lado da oferta — formado também por indústria e agropecuária. Primeiro indicador conjuntural mensal que investiga o setor de serviços no país, a PMS inclui as atividades do segmento empresarial não financeiro, exceto os setores de saúde, educação, administração pública e aluguel imputado — o valor que os proprietários teriam direito de receber se alugassem os imóveis onde moram.

Em 2015, o volume do setor de serviços encolheu 3,6%, o pior resultado da série histórica iniciada em 2012 e o primeiro a ficar no terreno negativo.

 

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