Uma queda tão brusca na venda de veículos novos no mês de setembro, já não causa tanta surpresa nos dias de hoje. As vendas do setor caíram 13% na passagem de agosto para setembro, com um total de 160 mil unidades emplacadas no mês passado. Na comparação com setembro de 2015, a queda foi ainda maior, de 20,1%. Foi o pior setembro na comercialização de veículos novos no País em uma década.

"Infelizmente o mercado de automóveis no Brasil sofre cada vez mais com a falta de compradores. Com estoques bem acima da média histórica e sem perspectivas de melhora nas vendas, a solução encontrada pelas montadoras foi diminuir a produção, dar férias coletivas, lançar PDVs e, por último, mandar pra casa milhares de trabalhadores demitidos", explica Canindé Pegado, presidente do SINCAB.

Balanço divulgado nesta quarta-feira, (5), pela Fenabrave, entidade que representa as concessionárias de veículos, mostra que as vendas do setor caíram 13% na passagem de agosto para setembro, com um total de 160 mil unidades emplacadas no mês passado. A conta engloba carros de passeio, utilitários leves - como picapes e vans -, caminhões e ônibus.

Na comparação com setembro de 2015, a queda foi ainda maior, de 20,1%. Foi o pior setembro na comercialização de veículos novos no País em uma década. O desempenho leva as vendas acumuladas desde janeiro para 1,51 milhão de veículos, uma queda de 22,8% na comparação anual e também o volume mais baixo, entre períodos equivalentes, desde 2006.

Não se confirmou a recuperação esperada pelo setor após a Olimpíada, que prejudicou o movimento nas concessionárias do Rio de Janeiro, terceiro maior mercado do País, em agosto. As revendas de todo o Brasil comercializaram 7,4 mil carros a cada dia que abriram as portas em setembro, um fluxo ainda menor do que o ritmo médio de 7,8 mil unidades registrado no mês anterior. Com exceção de julho, o mercado está estagnado abaixo da marca de 8 mil carros por dia útil desde o início do ano - tirando da conta as entregas de caminhões e ônibus.

Só no mercado de carros de passeio e utilitários leves, as vendas, de 155 mil unidades no mês passado, caíram 19,5% na comparação anual e 13% em relação a agosto. Nos nove primeiros meses deste ano, os emplacamentos nesse segmento cederam 22,5%, somando 1,46 milhão de unidades.

O desempenho é ainda pior na indústria de veículos comerciais pesados. No mês passado, as vendas de caminhões recuaram 30,1% no comparativo com setembro de 2015. Em relação a agosto, a queda foi de 5,3%. No total, 4,2 mil caminhões foram entregues em setembro, levando o volume acumulado desde janeiro para 38,7 mil unidades, uma queda de 30,6%.

A redução nas vendas de ônibus em setembro foi de 46,2% em relação ao volume de um ano antes e 41,4% na comparação mensal. Foram licenciados 828 coletivos em setembro. No acumulado do ano, o volume de ônibus vendidos soma 11,2 mil unidades, o que representa um recuo de 32,7%.

 

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