Economia

O "encolhimento" de 0,2% no Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre deste ano  não deve impedir o Comitê de Política Monetária (Copom) de promover a sexta elevação consecutiva nos juros básicos da economia nesta quarta-feira (3), de 13,25% para 13,75% ao ano. A previsão é da maior parte dos economistas do mercado financeiro.

Se confirmado este novo patamar para a taxa Selic, será o maior nível desde agosto de 2006 - quando estava em 14,25% ao ano - ou seja, em quase nove anos.

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) encerrou o mês de maio com taxa de 0,72%, o que representa um avanço de 0,04 ponto percentual em relação ao resultado da terceira prévia do mês (0,68%). No acumulado desde janeiro, o índice apresenta alta de 5,55% e, nos últimos 12 meses, 8,63%.

O levantamento é do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV) com base nas variações de preços em sete capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Porto Alegre e Brasília.

Especialistas alertaram que, se aprovada, a nova regra deveria potencializar as dívidas dos trabalhadores e, consequentemente, corroer o orçamento das famílias. “A medida estimularia o endividamento, que já se encontra em patamares elevados. Num período em que a economia está estagnada e há aumento do desemprego, é como esticar mais a corda para o consumidor se enforcar”, advertiu a coordenadora institucional da Associação de Consumidores Proteste, Maria Inês Dolci.

A procura do consumidor brasileiro por crédito caiu 10,2% na análise da variação acumulada em 12 meses (maio de 2014 a abril de 2015 contra os 12 meses antecedentes), de acordo com a Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito).

A queda é recorde desde a criação do indicador, há cinco anos. Na análise mensal (abril de 2015 contra março de 2015) houve queda de 1,2%, descontados os efeitos sazonais. Em comparação com abril de 2014, o recuo foi de 13,8%.

A percepção de piora no mercado de trabalho tem contribuído para a menor intenção de consumo. Definitivamente o consumidor está com o pé no freio, foi o que constatou a Confederação Nacional do Comércio (CNC), através de estudo que aponta que a intenção de consumo das famílias recuou 6,3% em maio na comparação com abril.

Segundo levantamento da CNC, a Intenção de Consumo das Famílias (ICF), entrou na zona negativa, abaixo de 100 pontos, pela primeira vez ao registrar 96,4 pontos, após queda de 6,3% na passagem de abril para maio.

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